Biodiversidade 2020: um super-ano perdido

2020 avizinhava ser um “Super-Ano” para a Biodiversidade. Várias reuniões globais estavam agendadas que, no final do ano, culminariam com a redacção de uma nova “Estratégia para a Biodiversidade”. Seria um ano de avaliações e início de novas acções em prol da salvaguarda da biodiversidade e das alterações globais.

No entanto, esta pandemia alterou todo e qualquer plano. As relações familiares mudaram, a socialização inter-pessoal foi modificada, a economia sofreu alterações nunca antes vistas e ainda não se sabe como será a sua recuperação. No entanto, e indiferente a esta pandemia, a Natureza desabrochou, "os chilreios aumentaram, os insectos zumbiam" a poluição desceu e a "consciência do que o ser humano está a fazer ao planeta" aumentou. Talvez por, apenas, um curto período de tempo.

Deveríamos usar este período e retomar um "novo normal" com novas medidas "alterar o cálculo do desenvolvimento económico e implantar pacotes de estímulo que ofereçam incentivos para actividades mais sustentáveis e com base em soluções naturais."

"O mundo económico identificou a perda de biodiversidade como principal risco nos próximos dez anos e reconheceu a sua importância para a manutenção dos serviços do ecossistema, vitais para o bem-estar humano”. Por isso, devemos usar esta pandemia como impulsionador desta nova forma de pensar e não voltar a pôr o crescimento económico desmedido à frente do bem-estar humano e do Planeta.



Texto publicado em: https://www.publico.pt/2020/05/22/ciencia/opiniao/biodiversidade-2020-superano-perdido-1917510